terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Região Nordeste

O trabalho sobre a Região Nordeste com as duas turmas do 3º Ano do 1º Ciclo A e B deu-se início com as obras de Tarsila do Amaral.


Atividades desenvolvidas:

1. Vida e obras de Tarsila do Amaral: utilizando da internet tivemos acesso à biografia e obras dessa grande artista, a qual foi uma das primeiras a retratar muito bem a cultura brasileira. Observou-se através de suas obras o uso de cores vivas, influência do cubismo (formas geométricas), temas sociais, o cotidiano e paisagens do Brasil, estética fora do padrão.




            Após estudos e vídeos destacaram-se as obras: A Negra (1923), Abaporu (1928) e Antropofagia (1929).



A Negra


Abaporu


  Antropofagia

            Os alunos das duas turmas fizeram a releitura dessas obras com diversas técnicas: lápis de cor, giz de cera, lixa, colagem com papel picado, com jornal, barbante, tinta guache, entre outras. Essas obras foram expostas para apreciação dos visitantes.


Releitura com guache
Releitura com giz de cera e lixa.
Releitura com mosaico.
Releitura com jornal
Releitura com lápis de cor.
Releitura com giz de cer a guache preto.
Releitura com guache.
Releitura com mosaico.

2-  Localização  geográfica:  através  do  Mapa  Mundi,  foi  possível  fazer  a  localização geográfica dos continentes, oceanos, localizando o Brasil, fonte de nosso trabalho. Logo após exploramos o Mapa do Brasil dividido por estados, localizando o estado em que nasceu, em que nós estávamos, onde se localizava a capital do Brasil. A partir desta atividades já trabalhamos com a divisão por regiões. Essa divisão foi estabelecida desde 1970 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para reunir estados em uma mesma região são utilizados critérios como semelhanças nos aspectos naturais, físicos, humanos, culturais, sociais e econômicos.  Para melhor compreensão foi construído coletivamente um Mapa do Brasil em forma de quebra-cabeça, dividido por regiões e pintadas com tinta guache de cores diferentes. Após o Mapa da Região Nordeste, exploramos a divisão dessa região por estados e capitais.

Quebra-cabeça mapa do Brasil- Regiões


3- Divisão do Nordeste: a região Nordeste tem o terceiro maior território brasileiro. Possui nove estados, incluindo o Distrito Estadual de Fernando de Noronha (PE) e a reserva Biológica Marinha de Atol das Rocas (RN), divide-se em quatro sub-regiões: meio-norte, sertão, agreste e zona da mata. Através do Mapa e bandeiras de cada estado, pode-se explorar a origem dos nomes dos estados, suas capitais e principais cidades e outros aspectos relevantes como área, população, economia, turismo. Além de atividades individuais, foram construídos coletivamente nove cartazes, um para cada estado, com as bandeiras, informações importantes e fotos sobre cada estado pesquisados em sites na internet.
Professora Sandra: quebra-cabeça do Mapa do Brasil e o Mapa da  Região Nordeste
Cartazes com informações sobre os 9 estados Nordestinos
Mapa da Região Nordeste com Lampião e Maria Bonita
4- Povoamento do Nordeste: O Nordeste desde a pré-história era habitado por povos indígenas, e foi nessa região que tiveram o primeiro contato com os portugueses. Para representar a importância desses povos para a formação da nossa cultura fizemos alguns artesanatos típicos indígenas: colar de macarrão, utensílios em argila, pau-de-chuva instrumento musical  feito com rolos de papel toalha e papel higiênico, papel toalha, cola e arroz, a peteca feita com EVA usada como brinquedo para as crianças.
Através de fatos históricos sobre a colonização do Brasil, pudemos identificar os primeiros povos que ajudaram a construir a população nordestina. O Nordeste é considerado o berço da colonização portuguesa do país, através da chegada da expedição liderada por Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro- BA. Como trabalho prático para esse assunto, pesquisamos sobre as caravelas e encontramos na internet algumas sugestões para confecção das mesmas, aproveitamos as de caixa de creme dental e as de mão. 
Com o objetivo de explorar os recursos naturais existentes, com a produção nos engenhos de açúcar e exploração em busca de pedras preciosas, havia a necessidade de mão de obra para esses trabalhos, usando assim, o negro escravizado do Continente Africano, vindos nos porões dos navios negreiros em condições desumanas. Com eles e suas fugas também pudemos estudar outro aspecto importante, a formação dos quilombos, lugares onde os negros e excluídos se escondiam nos meios das matas. Um dos principais e maiores quilombos foi o de Palmares, na Serra da Barriga em Alagoas e um dos seus grandes representantes: Zumbi dos Palmares, para representar essa etapa da colonização foi construída uma maquete de engenho de açúcar, com a casa grande, senzala, capela, a moenda, a plantação de cana-de-açúcar, usando caixas de papelão.


Portugueses: Caravelas com sucata e gamela com desenho da chegada dos portugueses em Porto Seguro.
Indígenas: Peteca, colar, cerâmica e pau de chuva.
Africanos: maquete Engenho de Açúcar e baianas com pet.
5- População Nordestina: sendo a segunda região com mais população, destacamos os jangadeiros e pescadores do litoral, as baianas com suas saias rodadas e as rendeiras. Para representar os jangadeiros construímos jangadas com rolos de papel toalha, galhos de árvores, barbante e a vela de EVA. As baianas foram feitas em copos descartáveis e as saias de TNT pintadas com cola colorida. Outro tipo de baiana representada foi a de garrafa PET de 600 ml, com a cabeça de isopor, o vestido de algodão cru pintado com tinta de tecido. As rendeiras também foram feitas em copos descartáveis, seus bilros feitos com rolos de papel higiênico e suas rendas com pedaços de crochê.


Baianas e rendeiras com sucata.
Jangadeiros: jangadas no Velho Chico.
6- Vegetação e Hidrografia do Nordeste: a vegetação do nordeste é muito rica, vai do litoral à floresta amazônica. Podem-se encontrar manguezais, mata atlântica, caatinga, cerrado, mata dos cocais e um pedaço da floresta amazônica. Possui também flora e fauna com diversas espécies, onde uma boa parte está ameaçada de extinção. Sobre a hidrografia destacou-se o Rio São Francisco, conhecido como o Velho Chico. Com sua nascente em Medeiros, Minas Gerais atravessa cinco estados, desaguando em Alagoas no Oceano Atlântico. Um dos assuntos levados a discussão o qual não foi aprofundado foi a transposição do Rio São Francisco, projeto que irrigará a região nordeste e semiárida do Brasil. Como trabalho  sobre esse assunto foi construído um painel em TNT, pintado com guache para ilustrar a vegetação, um pouco da flora e fauna, também foi construída uma maquete no chão com o Velho Chico, jangadas, casas e alguns animais feitos com sucatas.


Maquete no chão do Velho Chico e painel na parede da Vegetação Nordestina.
Vegetação São Francisco
Vegetação do Nordeste
7- Problemas do Nordeste: um dos grandes problemas nordestinos é o polígono das secas, com causas naturais e com a ocupação humana de forma inadequada, resultando nas migrações nordestinas para grandes centros urbanos. Para essa atividade foi feito um painel representando o salto do sertão nordestino a uma grande cidade. Também trabalhamos através da internet com a música o Último Pau de Arara e juntos com o professor de Educação Física foi construído um caminhão para representar um pau de arara com várias bonecas representando os nordestinos. Trabalhamos com a letra da música "O Último Pau de arar".


Este é o Pau- de arara

8- Cultura Nordestina: por ser muito rica houve a necessidade de limitar sobre alguns aspectos.
Iniciamos com a literatura de cordel, usando a Sala de Inclusão Digital para pesquisa e leitura de alguns cordéis. O que mais chamou atenção dos alunos foi o Cordel: A chegada do Lampião ao céu, o qual foi lido e interpretado oralmente. Após muitas pesquisas e estudos foi criado um cordel com o título: Cordel Nordestino, onde os alunos puderam usar o computador para digitar o cordel coletivo, os quais alguns apresentaram dificuldades, mas que foram auxiliados pelos colegas que já dominavam um pouco a máquina, esse material depois de impresso foi ilustrado e pendurado numa varal para exposição e leitura.
Exploramos a culinária local, com as suas influências indígenas, portuguesa e africana. Com auxílio da merendeira da escola fizemos a receita da cocada a qual foi degustada por todos. Depois em sala trabalhamos com algumas situações problemas envolvendo essa receita. Também pudemos provar alguns sucos de frutas da região como: Cupuaçu, Graviola, Caju e Açaí. Com a colaboração de uma mãe pudemos ver e sentir o cacau e o caju natural.
Em relação ao artesanato além das rendeiras, também exploramos as falésias com suas garrafas representando a cultura local. Também trabalhamos com a vida do Mestre Vitalino, onde os alunos puderam experimentar e fazer algumas esculturas em argila.
Para explorar os ritmos, danças e festividades, aprendemos alguns passos de algumas danças, as quais puderam através de ensaios apresentar o Frevo e Xaxado (Acorda Maria Bonita) na Feira Cultural. Também trabalhamos a lenda do Boi-Bumbá os quais foram confeccionados com caixas de leite.


Alunos fazendo leitura e interpretação de Cordel.
Cordel: A chegada do Lampião ao Céu.
Alunos digitando Cordel elaborado pelos alunos.


Cordel Nordestino


No cordel encantado
De amor e de paixão
Foi narrada uma história
Da vida de Lampião
E de Maria Bonita
Os dois lá do sertão.


A Maria Bonita
É a rainha do cangaço
Nasceu no dia da mulher
Na data 8 de março
Foi valente e corajosa
Muito cabra enfrentou no braço.


O rei do cangaço
É o temido Lampião
Nunca aceitou mulher no bando
Até Maria Bonita roubar seu coração
Viveram juntos até sua morte
Fizeram história no sertão.


Mas o Nordeste não é
Só lenda de Lampião
É uma terra muito linda
Tem nove estados na região
Também esses nove estados
Moram em nosso coração.


Desta terra cheia de aventuras
Contadas no cordel  nordestino
Muitas vezes esquecemos
Que a seca acompanha o destino
sendo tana fome e sede
Que faz chorar o menino.


Receita da Cocada


Ingredientes:
1 lata de leite condensado
1 Kg de coco fresco ralado médio
1/2 Kg de açúcar
1 colher (sopa) de xarope de glucose
1 copo (tipo requeijão) de água (250 ml).
Rendimento: 45 grandes ou 90 mini.
Receita retirada da revista Nova Culinária de Luzinete Veiga.
Na panela coloca a água, o açúcar e a glucose. Mexa bem, até incorporar os ingredientes.
Leve ao fogo, sem mexer, até levantar fervura.
O ponto é de bala mole. Para saber, pingue um pouco da calda numa vasilha com água.
Adicione o coco fresco. Mexa, incorporando os ingredientes. Deixe no fogo, até secas toda a calda.
Quando secar, coloque o leite condensado. A partir daí, não pare de mexer, até a cocada desgrudar do fundo da panela.
Sobre o mármore muito bem limpo, despeje a cocada.
Vai mexendo com a espátula até amornar.
Com o auxílio de duas colheres (sopa) modele a cocada, alisando bem as laterais. Abra a forminha de papel e disponha a cocada.
Hum! Será que está boa. Fiquei com água na boca para provar.
Depois de fria foi só degustar.
Xaxado: Acorda Maria Bonita



Dança do Frevo




Cerâmica: Mestre Vitalino e as Falésias, ao fundo o cordel produzido pelos alunos.


Aqui o espaço das frutas nordestinas: cacau e caju direto de Porto Seguro e sucos que degustamos de: Graviola, Cupuaçu, Caju, Açaí.
Boi Bumbá com sucata
9- Lenda do Lampião e Maria Bonita: abordamos uma das lendas mais famosas do sertão.





10- Energia eólica: A energia eólica é a energia obtida pelo movimento do ar (vento). É uma forma de energia renovável, limpa e disponíveis em todos os lugares. Tem sido utilizada desde a antiguidade para impulsionar barcos a vela, impulsionar engrenagens de moinhos e agora para produção de energia elétrica. Possuem grandes turbinas (aerogeradores), em formato de cata-vento, são colocados em espaços abetos e com boa quantidade de vento. Foi construído um cata-vento com 3 hélices.

Cata ventos- Energia Eólica


11- Organização das atividades: As atividades foram organizadas em cadernos e feitas com aberturas para estudo e apresentação de atividades escritas.




CONCLUSÃO

A escola é um espaço priveligiado de formação, pois tem como uma de suas responsabilidades a superação da discriminação e a construção de uma sociedade mais justa, onde as diferenças são utilizadas para enriquecer as práticas pedagógicas. É através do convívio social que a escola atua como espaço democrático e de transformação, possibilitando a reflexão sobre questões da humanidade, trabalhando pelo fim das desigualdades étnico raciais.
Para obter uma escola de educação básica de qualidade que trabalha com crianças que estão no processo de formação enquanto seres humanos, é necessário motivar os alunos para a superação dos desafios da inclusão.
A culminância desse trabalho foi uma demonstração do quanto é importante resgatar a memória de um povo, confirmando assim as expectativas de aprendizagem. Os resultados foram positivos e os alunos demonstraram interesse e participaram ativamente, aprofundando os conhecimentos sobre a diversidade de culturas e a importância de cada uma na formação do nosso povo.
Através das atividades propostas, foi possível trazer para a sala de aula aspectos importante da história da região nordeste, a sua formação com diversidade de raças. Conhecer sua história foi importante para os alunos se reconhecerem como personagens integrantes dela e a se reconhecer enquanto pessoas tão diferentes, mas iguais ao mesmo tempo.
Ao abordar a diversidade étnico racial, os alunos apropriaram-se de sua história, da sua herança cultural, resgatando valores, respeitando às diferenças na nossa sociedade, sensibilizando-se a lutar contra o preconceito, discriminação e racismo. 
A integração da família no projeto envolveu os pais na aprendizagem e os incentivou a participar ainda mais da vida escolar de seu filho.
A experiência em manusear o computador demonstrou uma motivação muito grande, mas também muitas dificuldades por alguns alunos, os quais na maioria das vezes foram auxiliados pelos colegas demonstrando a cooperação entre os mesmos.
A troca de experiências com as outras turmas na Feira Cultural trouxe um aprendizado ainda maior, um grande enriquecimento cultural, a valorização do ser humano como um todo e a diversidade que existe na imensidão do nosso país. Através dessas ações possibilitou a inclusão digital dos alunos excluídos, ajudando na formação de cidadãos participantes de uma sociedade.